A cúpula das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), integrada por sete guerrilheiros, mais dois suplentes, foi reestruturada pelo grupo após a morte de três de seus líderes em março passado.
O comandante rebelde Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como Timoleón Jiménez ou Timochenko, confirmou neste domingo, em um vídeo transmitido pela rede de televisão Telesur, a morte do líder e fundador das Farc, Tirofijo (tiro certo, em português), no dia 26 de março, vítima de um infarto.
Além disso, anunciou que Guillermo León Sáenz, conhecido como Alfonso Cano, um antropólogo quase sexagenário e considerado um dos ideólogos da guerrilha, foi nomeado "unanimemente" como novo comandante do Secretariado das Farc (comando central).
"Timochenko" também informou que "Pablo Catatumbo" ingressa como membro pleno da cúpula, enquanto Bertulfo Álvarez e Pastor Alape servirão como suplentes.
Os analistas concordam que Tirofijo era quem, apesar de seus 77 anos, comandava o movimento ilegal. Por isso, sua morte, que se soma à de outros dois dirigentes no mesmo mês, deixa a direção do grupo insurgente em um estado mais difícil.
A desestabilização da cúpula começou no dia 1º de março com a morte de Luis Edgar Devia, conhecido como Raúl Reyes e número dois no comando das Farc, em um bombardeio a um acampamento rebelde no Equador.
Seis dias depois, outro líder, Manuel de Jesús Muñoz ou José Juvenal Velandia, conhecido como Ivan Ríos, foi assassinado por seu próprio chefe de segurança.
Finalmente, a morte de Pedro Antonio Marín, verdadeiro nome de Tirofijo ou Manuel Marulanda, no dia 26 de março representa o ponto de ruptura da cúpula, que enfrenta seu maior processo de reestruturação desde sua criação há 44 anos.
LÍDER
Segundo comunicado divulgado neste domingo, as Farc nomearam Alfonso Cano como novo líder. A declaração foi divulgada junto da nota que reconheceu a morte do líder máximo do grupo Manuel Marulanda. Cano é considerado o líder ideológico e da tendência moderada da guerrilha.
O guerrilheiro, que tem cerca de 50 anos e cujo verdadeiro nome é Guillermo León Sáenz Vargas, estudou Direito em uma universidade pública e era até então o ideólogo político e coordenador do bloco ocidental das Farc, que atua no sudoeste da Colômbia.
Alfonso Cano entrou para as Farc após militar nos anos 70 na juventude do Partido Comunista, do qual chegou a ser um dos principais líderes. Foi preso três vezes quando era dirigente estudantil, após uma série de protestos na Universidade Nacional.
Fonte: Folha de S.Paulo (26/5/2008)
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