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Revoltadas, elas denunciaram o assédio e fizeram questão de tornar seus casos públicos. Depois disso, ambas foram demitidas da empresa. A direção da Mariner nega as acusações.
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O primeiro caso aconteceu no dia 7, quando MRD foi socorrer um colega que havia tirado uma máquina do lugar. Ao agachar para colocar um apoio no equipamento, ela teria recebido um chute do chefe que também socorria a máquina e estava desesperado com a ocorrência. “Achei aquilo uma falta de respeito. Ele sempre me ofendia e pedia perdão, mas me agredir fisicamente foi o máximo”.
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A outra ocorrência foi registrada após uma semana. VAO tinha trocado de seção e conversava com os colegas sobre a mudança quando teria ouvido o chefe gritar, diante de todos os funcionários, palavras de baixo calão. “Ele gritou que eu parecia cachorra no cio por atrair todos os funcionários ao meu redor. Todo mundo ouviu. Me senti ridicularizada”.
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As duas mulheres dizem que situações como essas sempre aconteceram dentro da empresa, mas tomaram maior proporção com a mudança de prédio do Jardim Paulistano para o Distrito Industrial, no início do ano. “Trabalhamos sob pressão. Até para ir ao banheiro, precisamos de autorização. Eles (chefes de seção) humilham muitos funcionários, mas as pessoas não denunciam com medo de perder o emprego”.
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O Sindicato dos Sapateiros de Franca tem acompanhado o desdobramento das ocorrências e já se reuniu com representantes da diretoria da empresa para tomar providências. O caso também foi encaminhado para a Justiça. “Chamamos a empresa e dissemos o que deveria ser feito. Entre as reivindicações, estavam a demissão do encarregado, um pedido de desculpa formal à funcionária e estabilidade no emprego durante um ano, mas nada disso foi cumprido”, disse Paulo Afonso Ribeiro, presidente do Sindicato.
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Para tratar do caso e ganhar apoio dos funcionários no combate ao assédio moral e físico, nesta segunda-feira, o Sindicato dos Sapateiros fará uma assembléia em frente à Mariner e estará disposta a ouvir a direção. “Não temos nada contra a Mariner, queremos apenas que ela ofereça trabalho para a população, mas um trabalho com qualidade e dignidade”.
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Foto: "Com medo de represálias, as sapateiras agredidas MRD e VAO esperam que a Justiça tome providências contra a empresa" (Dirceu Garcia/Comércio da Franca).
Fonte: Comércio da Franca
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