Os trabalhadores nas indústrias de calçados aprovaram, quase que por unanimidade, na tarde de ontem, a proposta do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca) e terão 7% de reajuste salarial. Embora o índice tenha ficado mais perto dos 4% propostos pelos industriais que dos 15% pedidos pelos trabalhadores, o Sindicato dos Sapateiros avalia a negociação como positiva para a categoria.
Outros itens que ficaram definidos foram o piso salarial, que salta de R$ 485 mensais para R$ 520, a PLR (Participação nos Lucros e Resultados), que será de 130 horas, e o abono escolar que será de R$ 140. “Diante do que os sindicatos de outros pólos calçadistas e até o setor coureiro de Franca conseguiram, vejo com bons olhos os avanços que obtivemos”, disse o presidente do Sindicato dos Sapateiros, Paulo Afonso Ribeiro.
Para Ribeiro, a distância entre os 15% que o sindicato queria e os 7% acordados não significa derrota. Ele explica que, atualmente, os sapateiros francanos não têm força e articulação para organizar uma greve de grandes proporções, como acontecia décadas atrás. “Há 15, 20 anos, predominavam as grandes fábricas, como Samello, Sândalo, Agabê e Francano. Hoje há em torno de 1,7 mil unidades de produção, o que pulveriza e dificulta uma paralisação geral”, afirma.
Apesar da lamentação, o sindicalista comemora a adesão dos trabalhadores à assembléia. Segundo seus cálculos, aproximadamente 2,5 mil pessoas compareceram à reunião. “Acredito que, desde 1994, não havia tanta mobilização durante uma campanha salarial. Isso já é um excelente sinal”, diz.
O presidente do Sindifranca, Jorge Donadelli, gostou do desfecho da negociação. Para ele, prevaleceu o bom senso dos trabalhadores. “O enfrentamento é ruim para toda a cidade. Eles ficaram satisfeitos e nós também ficamos satisfeitos. Isso significa que nossa proposta foi boa”.
Fonte: Comércio da Franca (29/3/2008)
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