IA nota produzida pelo PCB-Franca sobre a situação do fechamento da AGABÊ, tradicional indústria calçadista de Franca, e a demissão de quase 600 pessoas, repercutiu na mídia.
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Segue abaixo a matéria publicada pelo jornal Comércio da Franca (14/2/2008):
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"COMUNISTAS QUEREM QUE DEMITIDOS ASSUMAM O CONTROLE DA AGABÊ
IRENATA MODESTO - Redação/Comércio da Franca
IIntegrantes do Comitê Municipal do Partido Comunista Brasileiro, o PCB, querem discutir com os 500 demitidos da Calçados Agabê a possibilidade da retomada da produção na empresa por meio do regime de autogestão. A idéia é que os funcionários tomem para si o controle total da fábrica. Apesar da proposta parecer interessante para os recém-desempregados, a diretoria da fábrica e o Sindicato dos Sapateiros são contra.
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O plano consiste em desobrigar os proprietários a pagar as verbas rescisórias aos ex-funcionários e, em troca, transferir o comando, a cartela de clientes e parte dos equipamentos da empresa aos trabalhadores. A partir daí, os proprietários ficam afastados de qualquer decisão funcional da fábrica. É como se "abrissem mão" de tudo.
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A ação, utópica, começa a ser discutida no sábado, quando o PCB distribuirá convites aos ex-funcionários da empresa durante a assembléia no Sindicato dos Sapateiros. O partido estará propondo data para a organização de uma reunião que analisará a possibilidade da autogestão na Agabê.
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O Presidente do Comitê Municipal do PCB, Tito Flávio Beline, disse que seu partido tem apoio do PSol (Partido Socialismo e Liberdade) e da Anteag (Associação Nacional de Trabalhadores e Empresas de Autogestão). “Representantes dessas entidades virão a Franca no dia 23 de março. Pretendemos, neste dia, criar uma frente em defesa dos trabalhadores demitidos da Agabê”.
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Segundo Tito, Franca é pioneira em experiência de autogestão. Em 1991, 500 demitidos da falida Calçados Makerlly - empresa que curiosamente tinha a razão social de H. Betarello Curtidora e Calçados Ltda - assumiram o controle da empresa. O governo estadual da época investiu recursos para recuperar a fábrica, que, nas mãos dos funcionários, durou mais quatro anos. "Foi partir dessa ação, que surgiu, no Brasil, a Anteag", disse Beline. A assessoria de imprensa da Agabê não confirmou se a H. Betarello Curtidora e Calçados Ltda pertencia à família Betarello, proprietária atual da Agabê.
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Apesar do PCB estar pronto para as discussões, não será tarefa fácil convencer os proprietários a ceder seus negócios aos trabalhadores. Atualmente a Agabê tem uma filial no Ceará, com mais de mil funcionários e capacidade para produzir 3,5 mil pares por dia; está em processo de recuperação judicial; e tem uma cartela com 80 mil pares de pedidos da fábrica de Franca, onde ainda restam 70 funcionários. A empresa também vai licenciar suas marcas para outras fábricas francanas. A assessora de imprensa Jussara Vieira afirmou que a diretoria da empresa não quer nem falar sobre o assunto.
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Como se isso não bastasse, o partido não terá apoio do sindicato da categoria. Por ter acompanhado e reprovado a experiência da Makerlly, Paulo Afonso Ribeiro, presidente do Sindicato dos Sapateiros, é totalmente contrário à discussão. "A direção do sindicato não tem nenhuma intenção de assumir a massa falida de empresários para tomar conta. Se tivermos que desenvolver algum projeto de autogestão, vamos começar do zero, sem vícios". Paulo não quis revelar quais foram os principais problemas enfrentados pelo processo à época".
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O plano consiste em desobrigar os proprietários a pagar as verbas rescisórias aos ex-funcionários e, em troca, transferir o comando, a cartela de clientes e parte dos equipamentos da empresa aos trabalhadores. A partir daí, os proprietários ficam afastados de qualquer decisão funcional da fábrica. É como se "abrissem mão" de tudo.
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A ação, utópica, começa a ser discutida no sábado, quando o PCB distribuirá convites aos ex-funcionários da empresa durante a assembléia no Sindicato dos Sapateiros. O partido estará propondo data para a organização de uma reunião que analisará a possibilidade da autogestão na Agabê.
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O Presidente do Comitê Municipal do PCB, Tito Flávio Beline, disse que seu partido tem apoio do PSol (Partido Socialismo e Liberdade) e da Anteag (Associação Nacional de Trabalhadores e Empresas de Autogestão). “Representantes dessas entidades virão a Franca no dia 23 de março. Pretendemos, neste dia, criar uma frente em defesa dos trabalhadores demitidos da Agabê”.
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Segundo Tito, Franca é pioneira em experiência de autogestão. Em 1991, 500 demitidos da falida Calçados Makerlly - empresa que curiosamente tinha a razão social de H. Betarello Curtidora e Calçados Ltda - assumiram o controle da empresa. O governo estadual da época investiu recursos para recuperar a fábrica, que, nas mãos dos funcionários, durou mais quatro anos. "Foi partir dessa ação, que surgiu, no Brasil, a Anteag", disse Beline. A assessoria de imprensa da Agabê não confirmou se a H. Betarello Curtidora e Calçados Ltda pertencia à família Betarello, proprietária atual da Agabê.
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Apesar do PCB estar pronto para as discussões, não será tarefa fácil convencer os proprietários a ceder seus negócios aos trabalhadores. Atualmente a Agabê tem uma filial no Ceará, com mais de mil funcionários e capacidade para produzir 3,5 mil pares por dia; está em processo de recuperação judicial; e tem uma cartela com 80 mil pares de pedidos da fábrica de Franca, onde ainda restam 70 funcionários. A empresa também vai licenciar suas marcas para outras fábricas francanas. A assessora de imprensa Jussara Vieira afirmou que a diretoria da empresa não quer nem falar sobre o assunto.
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Como se isso não bastasse, o partido não terá apoio do sindicato da categoria. Por ter acompanhado e reprovado a experiência da Makerlly, Paulo Afonso Ribeiro, presidente do Sindicato dos Sapateiros, é totalmente contrário à discussão. "A direção do sindicato não tem nenhuma intenção de assumir a massa falida de empresários para tomar conta. Se tivermos que desenvolver algum projeto de autogestão, vamos começar do zero, sem vícios". Paulo não quis revelar quais foram os principais problemas enfrentados pelo processo à época".
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Fonte: Comércio da Franca
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