NOTA DO PCB-FRANCA SOBRE O FECHAMENTO DA FÁBRICA AGABÊ E A DEMISSÃO DE 600 TRABALHADORES


O Comitê Municipal do Partido Comunista Brasileiro – PCB manifesta solidariedade aos 600 trabalhadores demitidos pela AGABÊ, com o fechamento da fábrica em Franca e a centralização da produção em Aracati/CE.

Os comunistas entendem que o fechamento da empresa não se deve à crise reclamada por parcela do setor calçadista, mas sim em função da maior rentabilidade proporcionada pela força de trabalho superexplorada em regiões com escassa organização dos trabalhadores, como já declarou um dos proprietários da empresa: "O Nordeste é mais barato e oferece muitas vantagens" (Comércio da Franca, 02/02/2008).

Nos últimos anos temos assistido à debandada e ao desmonte do parque industrial calçadista em Franca, aguçado por uma guerra fiscal persistente e pelo instinto predatório de alguns industriais da cidade, que insistem em desvalorizar o trabalho como principal forma de aumentarem seus lucros.

Para justificar tais atos, alegam suposta crise. Porém, enquanto alguns abandonam a cidade, terceirizam a produção ou a transferem para outros estados, empresas de grandes corporações internacionais se instalam em Franca, confirmando o vigor econômico experimentado pela cidade, este impulsionado pelo atual aumento do consumo interno no Brasil.

Ora, ao invés de responsabilizar a cotação do dólar pela queda na lucratividade (ou a crise no mercado dos EUA), os industriais locais deveriam reorientar a produção para o mercado interno, como de fato muitas empresas já o fazem.

A continuação do desmonte do parque fabril de Franca trará graves conseqüências para todos: aumento do desemprego, da miséria e da violência social. Serão milhares de pessoas jogadas à própria sorte, o que trará também um brutal aumento na demanda por serviços públicos (saúde, educação, transporte, habitação, etc), hoje já tão precários e debilitados no município.

Fica evidente que a única forma possível de garantia do emprego e da distribuição da riqueza se dará com a propriedade e a produção coletivas. Portanto, o PCB-Franca propõe:

- A retomada imediata da produção na AGABÊ pelos 600 trabalhadores demitidos;
- Organização dos trabalhadores e da produção em regime de autogestão;
- Criação de uma Frente em Defesa dos Trabalhadores da AGABÊ composta por operários, estudantes, artistas, intelectuais e trabalhadores rurais.

Partido Comunista Brasileiro – PCB
COMITÊ MUNICIPAL DE FRANCA

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