A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) entregou quinta-feira pela manhã à Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) um relatório sobre a situação dos esgotos dos bairros Jardim Dermínio e São Joaquim, atualmente lançados nos Córregos do Matadouro e do Engenho Queimado. O documento de aproximadamente 200 páginas, intitulado “Relatório Posicional do Sistema de Afastamento de Esgoto” possui um levantamento detalhado dos problemas na região. Na prática, aponta a voçoroca do Dermínio como empecilho para a criação de estações de elevação de esgoto e não vislumbra uma solução imediata. Em documento, a Sabesp se compromete apenas a “definir a melhor solução para o afastamento dos esgotos da ‘quase’ totalidade da região até o final de 2008”.
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Por dia, o esgoto de cerca de 3 mil residências do Dermínio e São Joaquim é despejado no Córrego do Matadouro e do Engenho Queimado. Sua destinação deveria ser outra. De acordo com as faturas mensais dos moradores locais que pagam, há mais de 20 anos, 80% sobre o valor das contas para ter coleta e tratamento de seus dejetos. Não é o que acontece.
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Segundo o gerente distrital da Sabesp em Franca, Rui César Bueno, a cobrança não é indevida, pois os outros serviços de captação (das casas), transporte (pelos encanamentos) e bombeamento são feitos normalmente. “A cobrança feita do esgoto nas contas atuais é sobre todo o serviço relacionado. Tratamento é um item dos serviços oferecidos, mas não é o único. E os outros serviços já existem naquela região”, disse.
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HISTÓRICO
O problema do despejo de esgoto no Córrego do Matadouro se arrasta desde a construção do bairro, na década de 1980. Em 2005, duas estações elevatórias (que separam o esgoto da água) e emissários (canos que conduzem o material até as estações de tratamento) que atenderiam o bairro foram construídos. No total, mais de R$ 1 milhão foi investido pela Prefeitura, por construtoras interessadas em áreas adjacentes -como os Jardins Bonsucesso e São Gabriel - e por proprietários de bairros vizinhos.
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Menos de um ano após a inauguração, os emissários foram destruídos pelas chuvas do início de 2006. Para piorar o quadro, os emissários não devem ser consertados tão cedo. A Sabesp só fará a obra depois que a Prefeitura fizer a drenagem e corrigir a erosão de uma grande área próxima ao córrego. Segundo Ismar Tavares, secretário de Obras do Município, os serviços do local já estão 95% prontos. “Vamos esperar a estiagem para reiniciar as obras, o que deve acontecer em maio”, prometeu Ismar.Não há dados sobre quantos litros de esgoto são jogados diariamente no local.
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Foto: "SEM CONDIÇÕES - Ponte que liga o Jardim Dermínio ao bairro São Joaquim: lixo, animais, mau cheiro. Moradores da região reclamam da invasão de ratos, cobras e escorpiões" (Tiago Brandão/Comércio da Franca).
Fonte: Comércio da Franca (27/4/2008)
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