te produzida acabará concentrada nas mãos destes
proprietários. Isto implica a edificação de uma complexa máquina repressiva,
política e de um ordenamento jurídico adequado à manutenção desta ordem de
exploração. A passagem para o capital monopolista agregou a essas funções do
Estado, sem superá-las, tarefas direta e indiretamente econômicas, isto é, o
capital monopolista exige do Estado toda uma série de condições, como a
construção de empresas siderúrgicas, infraestrutura de produção e distribuição
de energia, mineração, armazenamento, estradas, portos e aeroportos,
comunicação, etc. para apoiar a produção acelerada de mercadorias, assim como
formas indiretas, tão importantes quanto aquelas, como o planejamento, a gestão
de recursos, o mercado financeiro e os títulos do tesouro público, a política
monetária e fiscal, etc.
[...]
A transição socialista tem que assumir a forma de
um processo decidido de desmercantilização das relações sociais, ao mesmo tempo
que organiza a sociedade com base em um novo modo de vida, desenvolvendo os
seres humanos em todos os sentidos. Temos que superar a concepção equivocada de
que o socialismo é somente a produção acelerada de bens e serviços sob o
comando de um Estado dos trabalhadores. O principal produto da transição é a
criação das condições nas quais se possa germinar um novo tipo de sociabilidade
e um ser social emancipado, que será o sujeito da construção de uma nova
sociedade, sem classes e sem Estado: o comunismo. Não se trata de produzir
mais, mas de mudar a forma de produzir mudando a forma de vida, humanizando-a até
que seja possível a livre associação dos produtores livres. As condições
econômicas e o modo de vida são a
base para a criação de uma nova subjetividade que
se expresse numa nova consciência social, que se torna ela própria a base para
novas transformações econômicas e novas formas de vida."
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